O período de seca
prolongada é uma das preocupações, visto que se multiplicam os reservatórios de
água nas residências - maiores focos de proliferação do mosquito. Para lidar
com a situação, serão distribuídas 40 mil capas para cobrir os depósitos, além
de uma orientação mais próxima dos municípios em estado de alerta. "É
preciso entender que, se esses munícipios não fizerem algo, há uma grande
chance de surto", explica o secretário de Saúde, Antonio Carlos Figueira.
A maior
concentração de municípios com indíces considerados altos - acima de 3,9% das
residências - está na região de Garanhuns e Caruaru, no Agreste do estado,
embora a lista inclua também alguns da Região Metropolitana do Recife, como
Abreu e Lima, Camaragibe e Jaboatão dos Guararapes. Outros 75 estão em situação
de alerta, com índice de infestação entre 1% e 3,9%.
A intermitência no
fornecimento de água e a seca são fatores que contribuíram para alto índice.
"As pessoas acham que, por estarmos enfrentando uma grande seca, não temos
dengue. Enquanto não tivemos 100% das casas saneadas e 100% das casas com água
o tempo todo, vamos ter dengue, é um país tropical", alerta o secretário.
Os municípios vão
contar com orientação da Secretaria de Saúde para reorganizar o planejamento de
combate à doença, a fim de evitar surtos no próximo ano. "Quem contrata
agente de saúde é o município, mas nós vamos contratar 68 técnicos de nível
superior, que vão atuar no monitoramento dos municípios e unidades de
saúde", afirma Figueira.
Redução
De janeiro a
outubro de 2012, foram pouco mais de 61 mil notificações da doença no estado,
contra cerca de 14 mil em igual período neste ano. O número de mortes também
caiu ao comparar os períodos - 36 em 2012 e 24 em 2013. Dos casos graves
registrados, foram 217 durante todo o ano de 2012, e 51 neste ano.
Ainda assim, a
preocupação continua. "Nós temos os quatro tipos de vírus da dengue
circulando no estado e muitos dos óbitos foi pelo tipo 3 da doença. Isso é um
motivo de alerta, assim como a condição climática de verão, com sol e chuvas
esparsas", aponta a diretora de Controle de Doenças e Agravos, Roselene
Hans.
Todos os
profissionais da rede de assistência à saúde devem passar também por nova
capacitação, que vai orientar sobre a doença e a nova classificação
adotada pela Organização Mundial da
Saúde. "Essencialmente, a dengue passa a ser dividida em 'grave' e 'sem
estado de alerta'. São novos protocolos de notificação", detalha a
diretora.
Além da
capacitação, uma campanha focada em conscientizar as pessoas para a necessidade
de manter os reservatórios de água fechados também faz parte do plano de
contingência da doença. O objetivo é diminuir em 10% o número de casos de
dengue no estado de um ano para o outro.
Os municípios que
estão com risco de surto, de acordo com a Secretaria de Saúde, são: Abreu e
Lima, Araçoiaba, Camaragibe, Chã Grande, Glória do Goitá, Jaboatão dos
Guarapes, São Lourenço da Mata, Casinhas, Feira Nova, João Alfredo, Lagoa do
Carro, Lagoa do Itaenga, Nazaré da Mata, Salgadinho, Surubim, Tracunhaém,
Gameleira, Palmares, Primavera, Agrestina, Bonito, Brejo da Madre de Deus,
Cachoeirinha, Cupira, Frei Miguelinho, Gravatá, Panelas, Poção, Santa Maria do
Cambucá, São Bento do Una, São Caetano, São Joaquim do Monte, Taquaritinga do
Norte, Bom Conselho, Caetés, Garanhuns, Jucati, São João, Terezinha, Arcoverde,
Buíque, Custódia, Ibimirim, Jatobá, Pedra, Sertânia, Tupanatinga, Venturosa,
Bodocó, Ipubi, Santa Cruz, Afogados da Ingazeira, Brejinho, Iguaraci,
Ingazeira, Itapetim, Santa Terezinha, São José do Egito, Solidão, Tuparetama,
Betânia, Calumbi, Santa Cruz da Baixa Verde, Serra Talhada, Aliança, Condado,
Ferreiros, Itambé e Macaparana.
Do G1 PE